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Adesão a oferta de compra com deságio de bônus do Banco Cruzeiro do Sul não atinge 90%

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) fechou ontem a primeira rodada da oferta de compra com deságio de bônus do Banco Cruzeiro do Sul com boa aceitação dos investidores estrangeiros, mas ainda sem que fosse alcançada a adesão de detentores de 90% da dívida do banco, condição imposta para levar adiante a tentativa de venda do banco para uma outra instituição.

Valor apurou que o FGC planeja emitir um comunicado dizendo que o processo de compra dos bônus avançou, mas que ainda não foi concluído. Há um estoque de R$ 3,3 bilhões em bônus do Cruzeiro no Sul no exterior, 58,1% de todo o passivo do banco. O FGC propôs aos investidores nacionais e estrangeiros, no dia 14 deste mês, um desconto médio de 49,3% em seus títulos de renda fixa, e determinou o dia 12 de setembro como data final para aceitação do programa de compra. Depois disso o banco pode ser vendido por um lance mínimo de R$ 1. Se a proporção de adesão não for atingida, o banco será liquidado.

O investidor que aderiu à proposta até as 18h de ontem perdeu um pouco menos do que aqueles que resolverem aceitar as condições de hoje em diante. O Valor conversou com quatro gestoras que assessoram investidores no exterior e todas relataram já terem aderido ao programa ou terem recomendado a adesão a clientes. “Não resta muita alternativa a não ser dizer sim, aderir antes garantia perdas menores”, disse Carlos Gribel, responsável pela área de renda fixa da Tradewire Securities, dos Estados Unidos.

“É uma situação delicada. Não há praticamente nenhum espaço de barganha com o FGC. É como entrar em uma batalha em que o fim já está decidido, ou optar por outra em que o desfecho é uma incógnita”, disse Alfredo Viegas, gestor da também americana Knight Capital. Ele explica que a proposta era especialmente interessante para quem tinha bônus subordinados com vencimento em 2020, os últimos a receber alguma coisa no caso de um litígio judicial.

Gribel, da Tradewire, diz que a dificuldade para se atingir os 90% pode vir de outro tipo de investidores de agora para frente: dos fundos que administram os chamados ativos “distressed”, que estão acostumados a buscar por papéis problemáticos e que tentam ganhos maiores posteriormente na Justiça. Segundo ele, esses fundos buscaram bastante os papéis do Cruzeiro no mercado secundário nas últimas semanas e não devem aderir à proposta de recompra. “Eles são profissionais nisso.”

No dia 16 deste mês o escritório de advogados Bingham McCutchen, com sede em Boston, chegou a realizar uma teleconferência com investidores para, conjuntamente, tentar pressionar o FGC por melhores termos. Entretanto, a movimentação não foi para frente.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.