Cruzeiro do Sul usou fundos para inflar balanço
O Banco Central encerrou recentemente processo administrativo aberto em 2009 e concluiu, após investigações, que o Banco Cruzeiro do Sul utilizava Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que tinham como lastro créditos consignados originados pelo próprio banco, para melhorar o balanço da instituição.
O processo está agora na fase de intimação dos dirigentes. As punições aplicáveis podem ir desde o pagamento de multas à inabilitação para o exercício da profissão. Os acusados ainda podem recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro, conhecido como Conselhinho, para rever a decisão em primeira instância do BC.
Com isso, fica claro que o Cruzeiro já vinha dando sinais de uso de práticas contábeis irregulares há alguns anos, muito embora o processo agora concluído não tenha relação com a intervenção decretada no banco em 4 de junho, motivada por outros indícios de fraude. A existência de indícios de que o banco carregava operações de crédito fictícias em seu balanço, que teriam causado um rombo de pelo menos R$ 1,3 bilhões, levou o BC a decretar o Regime de Administração Especial Temporária (Raet) e a instalar, na última segunda-feira, outra comissão de inquérito para investigar todos as empresas do grupo financeiro.
Em 2009, o BC comunicou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre as investigações envolvendo irregularidades em operações de venda de carteira de crédito do banco aos FIDCs da própria instituição. A CVM, então, abriu um processo administrativo no mesmo ano, que ainda está em análise e abrange a gestora BCSul Verax Serviços Financeiros e a administradora Cruzeiro do Sul DTVM, ambas ligadas ao grupo.
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Creio que é chegado o momento do Fundo Garantidor perceber a necessidade de uma auditoria paralela pelos menos nos bancos, face a tamanha e vunerável facilidade em fraudar os demonstrativos financeiros. E auditoria sem controles internos é colocar a gestão sobre risco total.