Tombini vê sistema bancário bem posicionado para Basileia 3
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que o sistema financeiro do Brasil “está bem posicionado” para se ajustar às regras de requerimento de capital bancário da terceira versão do acordo internacional de Basileia, a serem implementadas no país a partir de 2013.
Segundo ele, o sistema gera anualmente lucro em torno de R$ 50 bilhões, quantia que, se parcialmente retida, permitirá suprir “com folga” as necessidades de capitalização decorrentes da adaptação ao acordo.
A declaração foi feita por Tombini durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ao comentar reportagem publicada nesta terça-feira no Valor.
Tombini respondia a uma preocupação manifestada pelo senador Francisco Dorneles (PP-RJ), membro da comissão. O parlamentar perguntou sobre o fato de 40% do patrimônio de referência (PR) do sistema bancário brasileiro estar fora dos padrões de qualidade que serão exigidos pelo BC em função do acordo de Basileia 3. Apontado pela reportagem, o percentual equivale a cerca de R$ 200 bilhões, considerados os balanços de fim de 2011, de um total de R$ 500 bilhões.
O presidente do BC não questionou os números do Valor, mas procurou tranquilizar os senadores destacando que o prazo de adaptação vai até 2022. Somada à possibilidade de retenção de lucros, isso aponta para uma transição tranquila.
Tombini destacou que, pelas regras atuais, o Índice de Basileia do sistema bancário brasileiro está em 16,3%, ante 11% exigidos como mínimo. Há, portanto, excesso de capital em relação ao mínimo. O Índice de Basileia mede a relação entre o PR e o valor dos ativos ponderado pelo risco.
Liquidez internacional
Ao contrário do que aconteceu na crise internacional de 2008, o Brasil não perdeu linhas de crédito externo interbancárias na atual crise. O saldo desses empréstimos tem-se mantido relativamente estável, em torno dos US$ 70 bilhões, nível do dia 5 de junho.
A informação foi dada pelo presidente do Banco Central. Ele destacou que o saldo do dia 5 de junho era praticamente o mesmo de julho de 2011, quase um ano antes, e também o de dezembro. De janeiro a abril de 2012, o valor ficou um pouco abaixo de R$ 70 bilhões, mas em abril mesmo já tinha se recuperado.
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