Intervenção no Cruzeiro do Sul não afeta negócios, diz Banco Central
O Banco Central (BC) informou nesta segunda-feira, por meio de nota, que a intervenção no banco Cruzeiro do Sul não afeta o andamento dos negócios da instituição, “que continua a funcionar normalmente, podendo realizar todas as operações para as quais está autorizada”. Segundo o BC, “em consequência, é preservada a relação dos credores e dos devedores com a instituição.”
Assim, tanto os compromissos de terceiros com a instituição quanto as suas dívidas continuam a vencer nos prazos originalmente contratados”, diz o BC. A autoridade monetária diz ainda que está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro.
Com a decretação do Regime de Administração Especial Temporária (Raet), pelo prazo de 180 dias, ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores das instituições. “Os resultados das apurações poderão levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e à comunicação às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis”, diz o BC.
O BC informou ainda que, em dezembro de 2011, o Banco Cruzeiro do Sul respondia por 0,22% do total dos ativos do sistema financeiro e 0,35% dos depósitos. A instituição está autorizada a operar com as carteiras comercial, de investimentos e de câmbio. As operações estão concentradas nas duas agências de São Paulo e do Rio de Janeiro. Há ainda mais seis agências, nas cidades de Campinas, Salvador, do Recife, de Belém, do Macapá e de Palmas.
ATO-PRESI Nº 1.221, DE 04 DE JUNHO DE 2012,
https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.do?method=detalharNormativo&N=112032425
Confirmação
Nesta manhã, o Banco Central oficializou a intervenção no Banco Cruzeiro do Sul e em outras quatro empresas do grupo, por meio do mecanismo conhecido como Regime de Administração Especial Temporária (Raet), pelo prazo de 180 dias. Durante esse período essas empresas serão administradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Além do banco, a intervenção atinge a corretora de valores, a administradora de valores mobiliários (DTVM), a securitizadora de créditos financeiros e a Cruzeiro do Sul Holding Financeira. O BC informou que essa medida se deve ao descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e à verificação de “insubsistência” em itens do ativo do banco.
Segundo o BC, por meio do regime especial a autoridade monetária substitui os dirigentes da instituição por um conselho de diretores ou por uma pessoa jurídica especializada, “com a finalidade de corrigir procedimentos operacionais ou de eliminar deficiências que possam comprometer seu funcionamento”.
Fonte: Eduardo Cucolo, da Agência Estado