Auditor eleva tom ao falar de risco de distribuidoras da Eletrobras
A PwC, responsável pela auditoria do balanço da Eletrobras, elevou o tom no comentário que faz sobre a capacidade de sobrevivência de distribuidoras estaduais de energia controladas pela Eletrobras e também de suas coligadas.
Até o terceiro trimestre de 2011, a PwC dizia que a situação financeira e de liquidez dessas empresas suscitava “dúvida sobre a continuidade operacional” delas.
No balanço do ano fechado, o auditor passou a dizer que os casos suscitam dúvida “substancial” sobre a continuidade operacional das companhias.
No parecer do balanço da Eletrobras, que foi entregue com 15 dias de atraso, a PwC destaca que as empresas controladas do segmento de distribuição vêm apresentando prejuízos sucessivos e que tinham, ao fim de 2011, compromissos de curto prazo (de um ano) de R$ 1,24 bilhão acima dos ativos que já são caixa ou deverão virar caixa no período de 12 meses.
Esse “buraco” mais do que dobrou em relação ao fim de 2010, quando era de R$ 554 milhões.
A PwC chama atenção ainda para o caso da Celpa, distribuidora do Pará, que entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro e é controlada pelo grupo privado Rede Energia. A Eletrobras possui uma participação minoritária relevante na Celpa, de 34%, o que a torna uma coligada da estatal federal de energia.
A firma de auditoria destaca que a Celpa, sozinha, tem compromissos de curto prazo que excedem o ativo circulante em R$ 1,19 bilhão.
No balanço de 2011, a Eletrobras decidiu fazer uma provisão para perda da totalidade do seu investimento na Celpa, no valor de R$ 170 milhões. Houve uma provisão também em relação aos dividendos declarados, mas não pagos pela distribuidora paraense, no total de R$ 27 milhões.
Fonte: Fernando Torres | Valor Economico