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Loja de franqueados tem metas e faz telemarketing

Foto de Ana Paula Paiva - VEQuem entra na única loja franqueada da Paraná Crédito na cidade de São Paulo, localizada numa esquina movimentada do bairro do Ipiranga, tem a sensação de estar numa financeira ou numa pequena agência bancária, um pouco mais simples e silenciosa que as outras, com a vantagem de não passar pelo incômodo das portas giratórias.

Após alguns minutos de conversa com um dos três atendentes, dá para sair dali com um empréstimo com desconto em folha de pagamento sem muita burocracia. “Não precisa de análise de renda, é bem simples”, diz cordialmente um dos funcionários que, junto com suas outras duas colegas, tem de atingir metas de clientes conquistados por mês.

A loja funciona como diversas outras promotoras de vendas espalhadas pela cidade. Os cartazes nas paredes, os panfletos sobre as mesas e as cores por dentro e por fora do estabelecimento deixam para o cliente a mensagem de que se trata de um braço do Paraná Banco. Não é assim.

A empresa que abriga a marca é a CLC, do Grupo Trevo. Não é só o consumidor que se confunde. À tarde, os próprios funcionários deixam as portas trancadas por temer a invasão de bandidos que imaginam haver movimentação de dinheiro ali. O gerente, Felipe Corrêa, filho do dono da CLC, explica que a principal vantagem de trabalhar com uma franquia de crédito exclusiva é ter acesso à carteira de clientes do banco. Além de buscar novos contratos de consignado, refinanciamento e compra de dívidas, os cinco funcionários da loja fazem serviço de telemarketing para clientes do Paraná Banco que nunca viram na vida. “Desde que abrimos as portas da loja da Paraná Crédito, em abril de 2010, já captamos cerca de 400 clientes, e emprestamos um valor total próximo de R$ 570 mil.”

Nem Corrêa nem os funcionários da loja têm vínculo empregatício com o banco. Mas as cores, os folhetos e a logomarca são idênticos aos encontrados nas 14 lojas próprias da instituição paranaense. Todo o material de divulgação que chega da matriz com a cara do Paraná Banco é pago por meio de uma taxa de marketing já embutida no valor dos empréstimos.

Corrêa afirma que a Paraná Crédito já informou às suas franqueadas que, caso o BC enquadre a marca na Resolução 3.954, que regulamenta os correspondentes e não admite o modelo de franquia, eles terão garantida a carteira de clientes que levantaram desde que abriram as portas.

Com duas franquias em Belo Horizonte, a ex-funcionária do Paraná Banco Valir de Fátima Medeiros diz que espera da instituição a apresentação das novas condições comerciais para manter exclusividade na oferta de produtos da instituição. Se optar por abrir o leque, ela entende que vai ter que descaracterizar a loja, mas ainda assim manteria um selo da Paraná Crédito. De uma forma ou de outra, a sinalização é de que contrato vai mudar. “O contrato de franquia seria rescindido e um novo, de correspondente, entraria no lugar.”

Mas não são todos os franqueados da Paraná Crédito que estão cientes da nova regulamentação do BC. Donos de lojas do interior do Paraná e do Rio não tinham conhecimento de qualquer mudança à vista e nem que estão atuando de forma irregular aos olhos do BC. Em praticamente todas as franquias com as quais o Valor entrou em contato, o funcionário atendeu o telefone dizendo “Paraná Banco”. Procurado desde o dia 4, até ontem o banco não tinha respondido à reportagem. Na apresentação dos resultados, o banco contabilizava 85 “correspondentes exclusivos”, 14 lojas próprias e 355 correspondentes bancários ativos. No fim do primeiro trimestre, a carteira de consignado da instituição somava R$ 1,4 bilhão.

Fonte: Filipe Pacheco e Adriana Cotias, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.