Notícias

Bancos médios pagam mais para captar recursos e têm de segurar o crédito

escadaO crescimento do crédito está deixando mais complicada a vida de alguns bancos médios. Para acompanhar a expansão dos empréstimos, os bancos precisam cada vez mais de capital. Algumas instituições, porém, têm tido dificuldade para captar recursos, principalmente após a descoberta do rombo no Banco Panamericano, que chegou a R$ 4,3 bilhões, e encareceu o custo do dinheiro.

Dados do Banco Central mostram que treze bancos estão com níveis apertados ou insuficientes de capital. Um levantamento com base nos balanços dos bancos enviados ao BC mostra que três instituições, entre elas os bancos Matone e Schahin, recentemente envolvidos em negócios com outros bancos, estavam com índice de Basileia abaixo do mínimo exigido pela autoridade monetária, de 11%. Outros dez estão acima, mas muito próximos do porcentual exigido. Com isso, qualquer crescimento maior das operações de crédito pode comprometer a estrutura de capital dos bancos.

O Índice de Basileia mede quanto uma instituição financeira pode utilizar para crédito sem comprometer sua solidez financeira. É o principal indicador usado pelos analistas e pelo BC para avaliar a solvência dos bancos. O mínimo exigido no Brasil está acima da média internacional, de 8%. Vale lembrar que os dados mais recentes do BC se referem a dezembro de 2010.

O novo presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, não vê um problema generalizado para os bancos locais. O executivo destaca que o Índice de Basileia médio do sistema financeiro brasileiro está na casa dos 16%, bem acima do mínimo exigido pelo BC. “Pode haver um ou outro problema, mas é pontual e localizado. Temos uma regulação da atividade bancária que está entre as melhores do mundo”, disse à Agência Estado.

“O Banco Central está muito vigilante e tomando as providências necessárias”, disse o presidente do conselho do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Gabriel Jorge Ferreira. Um dos exemplos foi o Banco Morada, que sofreu intervenção do BC em abril. Além de estar com Basileia no limite, de 11,02%, há indícios de fraude nas operações do banco. No comunicado oficial, o BC disse que a família controladora do Morada não apresentou um plano de recapitalização viável para o banco, focado em crédito consignado.

Na avaliação do presidente do Banco Santander, Marcial Portela, o capital vai ser cada vez mais importante para os bancos. Principalmente para fazer face às novas regras para o setor, chamadas de Basileia 3, que entram em vigor em 2012 e vão exigir ainda mais recursos para fazer face a novos riscos, como o de crises financeiras. O Santander é, entre os grandes bancos brasileiros, o mais capitalizado, com índice de Basileia de 23%. Portela diz que o banco está confortável com esse nível e que ele será um diferencial competitivo importante para a instituição.

Captação cara. Desde o episódio do Panamericano, os custos de captação para bancos pequenos e médios subiram no Brasil. Segundo os analistas de bancos do HSBC, Victor Galliano e Mariel Santiago, o aumento chegou a 150 pontos bases nas taxas pagas na captação via Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Além disso, os grandes bancos reduziram as compras de carteiras de crédito de bancos menores, uma das principais fontes de captação desses bancos. No Itaú, por exemplo, o saldo de carteiras adquiridas caiu 12,4% no primeiro trimestre na comparação com o quarto trimestre do ano passado. No Santander, essa redução foi de 2,5%.

Dos bancos que aparecem com Índice de Basileia apertado com base nos dados do Banco Central de dezembro, todos são de pequeno ou médio porte. Vários já começaram a se mexer e buscaram formas de se capitalizar. Fusão com um grupo maior, venda para outro banco, captação de recursos no exterior e aportes do controlador foram algumas das soluções encontradas.

Fonte: Altamiro Silva Junior, de O Estado de S. Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.