Panamericano confirma rombo de R$ 4,3 bilhões
O Banco Panamericano confirmou nesta quarta-feira o rombo de R$ 4,3 bilhões, fruto de inconsistências contábeis identificadas a partir do ano passado. Além das perdas de R$ 2,5 bilhões anunciadas em novembro de 2010, se juntaram irregularidades adicionais de R$ 1,3 bilhão bem como outros ajustes não relacionados a inconsistências da ordem de R$ 500 mil.
O total de R$ 4,3 bilhões advém de “R$ 1,6 bilhão referente à carteira de crédito insubsistente; R$ 1,7 bilhão referente a passivos não registrados de operações de cessão liquidados/referenciados; R$ 0,5 bilhão referente à irregularidades na constituição de provisões para perdas de crédito; R$ 0,3 bilhão referente a ajustes de marcação a mercado; e, R$ 0,2 bilhão referente a outros ajustes”, conforme relatório disponível na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O banco explicou que “a complexidade dos mecanismos adotados na geração das inconsistências contábeis impediu a definição do momento exato em que começaram a ocorrer as irregularidades contábeis e fragilidades dos controles internos que ocasionaram a falta de confiabilidade dos registros”.
Por causa dos problemas identificados, a instituição resolveu estabelecer uma nova base contábil, “através da elaboração de um balanço patrimonial especial de abertura”, com data de 30 de novembro de 2010. Vale recordar que o Panamericano adiou várias vezes a publicação dos resultados do terceiro trimestre de 2010.
Para cobrir o rombo, o Panamericano recebeu injeção preliminar de R$ 2,5 bilhões e, na sequência, mais R$ 1,3 bilhão. No fim de janeiro de 2011, o controle acionário do banco passou do Grupo Silvio Santos para o BTG Pactual. O BTG se comprometeu a realizar uma oferta pública de ações (OPA) aos demais acionistas, pelo mesmo preço pago para as ações ao Grupo Silvio Santos, além de garantir que não fechará o capital da instituição pelo prazo de um ano.
Ainda nesta manhã, o banco realiza uma coletiva de imprensa para explicar seus números.
Fonte: Juliana Cardoso e Ana Luísa Westphalen, Valor Economico
