Emissões de CRIs caem 49% com retração imobiliária
A desaceleração dos lançamentos de imóveis residenciais reduziu drasticamente a oferta de um papel que caiu no gosto dos investidores nos últimos anos, o Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). O volume de emissões encolheu 49,15% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2011, totalizando R$ 3,345 bilhões. O número de operações também baixou, de 76 para 60 ofertas no período.
Os CRIs são títulos lastreados em carteiras de financiamento imobiliário e vendidos aos investidores. Com seu negócio a passos lentos, as incorporadoras reduziram as vendas de suas carteiras de crédito. Isso ocorreu por uma necessidade de redução de custos e da carteira de projetos, para elevar as margens de lucro e se adequar ao cenário de menor crescimento da economia brasileira.
A expectativa é que o mercado residencial continue fraco no segundo semestre, devendo haver maior participação de operações com lastro em imóveis comerciais e voltados para infraestrutura. Há oito ofertas de CRI em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que somam R$ 946,975 milhões.
Na cidade de São Paulo, foram lançadas 7.436 unidades residenciais nos primeiros cinco meses do ano, um recuo de 31,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). “O mercado residencial não está tão aquecido neste ano e devemos ter um aumento na participação de emissões com lastro em recebíveis de imóveis comerciais no segundo semestre”, diz João Paulo Pacífico, sócio executivo da Gaia Securitizadora.
Apesar do volume menor das emissões, o ano está mais aquecido em termos de número de negócios para a Gaia, que tem maior participação em securitização de recebíveis de construção de shopping centers e imóveis residenciais. “Fizemos cerca de 15 operações no primeiro semestre e devemos repetir o resultado nos próximos seis meses e encerrar o ano com 25 a 30 negócios”, afirma Pacífico, da Gaia.
Na Brazilian Securities também houve uma queda no volume de emissões de CRIs, que somaram cerca de R$ 1 bilhão no primeiro semestre. “Devemos fechar este ano com R$ 2 bilhões em ofertas de CRIs, inferior aos R$ 3,6 bilhões que colocamos no mercado no ano passado”, diz Fernando Cruz, diretor da empresa.
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