Risco País:Perda dos bancos com Grécia deve aumentar
A participação do setor privado no plano de socorro da Grécia deverá ser revisto para permitir uma redução maior da dívida grega. A exigência de provisão poderá ter de passar dos 21% atuais para 60%, de acordo com fontes europeias.
Apagar 60% da dívida grega é considerada por autoridades alemãs como uma cifra mais realista para dar chance à Grécia de voltar a crescer lentamente.
Certo mesmo, segundo fontes no mercado, é que o European Banking Authority (EBA) deverá ajustar seu teste de estresse de bancos europeus, aparentemente incorporando uma perda com a dívida dos governos entre 20% para a Espanha e 65% para a Grécia.
Usando dados disponíveis dos testes de estresse de julho de bancos europeus mais expostos a dívidas soberanas, fontes mostram que uma redução de 25% na dívida da Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália custaria aos bancos desses países, da Alemanha e da França cerca de € 200 bilhões, sem mencionar bancos fora da zona do euro.
Se a redução da dívida for de 50%, as perdas dos bancos dobrariam para € 400 bilhões, representando 5% do PIB combinado dessas economias.
Além disso, dados do Banco Internacional de Compensações (BIS) mostram que a exposição de bancos da Alemanha e da França para o setor privado dos cinco países mais afetados pela dívida representa € 640 bilhões. Assim, uma redução de 10% dessa parte da dívida custaria aos bancos alemães e aos franceses € 64 bilhões.
Se o segundo plano de socorro da Grécia, enfim, for implementado, até lá o PIB do país terá declinado mais de 12%, segundo estimativas do Deutsche Bank.
Fonte: Assis Moreira, Valor Economico