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Reforma no Barclays não será radical

Após passar seus primeiros seis meses no cargo falando de uma mudança cultural no Barclays, o presidente-executivo, Antony Jenkins, divulga na terça-feira um plano com a expectativa de manter a estratégia do banco intacta, segundo fontes.

A apresentação será a última tentativa do Barclays de reconquistar a imagem de uma instituição preocupada com as pessoas e que também acaba sendo lucrativa.

“A maneira antiga não era a maneira certa de se comportar e não trouxe os resultados certos – para os bancos em si ou para a sociedade como um todo”, dirá Jenkins, de acordo com um trecho de seu discurso já divulgado.

A cúpula do Barclays se desintegrou após o banco admitir tentativas de manipular taxas de juros de referência, como a Libor. Robert Diamond, então CEO, saiu do posto juntamente com o chairman e o vice-presidente de operações, deixando para trás uma instituição que, embora lucrativa, tornou-se alvo de críticas de reguladores, políticos e boa parte do público em geral.

Jenkins foi promovido para preencher o cargo e reerguer o banco. O executivo de 51 anos dividiu a instituição em 75 unidades com o objetivo de deixar negócios que não são lucrativos ou melhorar a imagem. O resultado das mudanças, segundo fontes a par da estratégia, está longe de ser radical.

O banco de investimento do Barclays, que nos primeiros noves meses de 2012 gerou mais da metade do lucro antes de impostos do banco de 5,95 bilhões de libras, continuará intacto, em grande medida. A expectativa é que o Barclays corte cerca de 2 mil empregos no banco de investimento, o equivalente a 10% da força de trabalho.

Os cortes serão concentrados em áreas onde o Barclays está bem atrás dos concorrentes, segundo as fontes. Isso pode incluir partes do negócio com ações na Ásia e na Europa continental, de acordo com analistas e pessoas de outros bancos.

Mas outras mudanças serão determinadas mais pela tentativa de polir a imagem do banco do que pela necessidade de impulsionar o lucro. Algumas poucas áreas de negócio que não são vistas como “socialmente úteis” devem acabar. Por exemplo, o banco planeja recuar pelo menos em parte na lucrativa operação com commodities como café, dizem as fontes, diante das críticas de que negócios especulativos nesse segmento contribuem para a inflação dos preços de alimentos.

A expectativa também é de que Jenkins anuncie planos de reduzir a área de planejamento tributário, em que aconselha clientes sobre como minimizar o peso dos impostos. O banco não mais ajudará clientes a desenvolver transações que tenham como único objetivo reduzir impostos. “Tal atividade é incompatível com nosso propósito”, dirá Jenkins no discurso. Mas o banco não deve deixar o negócio completamente. Vai continuar oferecendo conselhos para minimizar impostos.

Ao invés de fazer grandes mudançs estruturais, Jenkins dedicou boa parte de seu tempo a questões culturais, tentando mudar a maneira como o banco é visto interna e externamente.

No fim do ano passado, 125 executivos foram reunidos para discutir a cultura do banco. Eles analisaram casos de outras organizações com problemas, incluindo o Império Romano, segundo uma pessoa que participou do encontro. Os executivos também analisaram uma apresentação detalhando como zoológicos públicos deixaram de ser apenas áreas de entretenimento com animais para se tornar centros de aprendizagem, acrescentou a fonte.

Cerca de mil funcionários treinados nos valores do Barclays estão agora trabalhando para difundir o conceito aos empregados, disse Jenkins em uma recente audiência em uma comissão do Parlamento britânico.

O banco também escolheu alguns executivos para ajudar no processo. O novo chairman, David Walker, é especialista em governança corporativa e trabalhou no Banco da Inglaterra. Hector Sants, ex-presidente da Autoridade Financeira Britânica (o órgão regulador FSA, na sigla em inglês), foi nomeado chefe da operação de compliance do banco.

(Dow Jones Newswires)

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.