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Prejuízo de corretoras leva BM&FBovespa a adotar estímulos

A BM&FBovespa acompanhou os resultados obtidos pelas corretoras no ano passado e ficou, nas palavras de seu presidente, Edemir Pinto, “preocupada”.

De acordo com o executivo, entre as 83 corretoras que são hoje ativas, 41 delas registraram prejuízo em 2011. Ficaram com lucro inferior a R$ 6 milhões outras 36; e apenas 6 conquistaram ganho acima desse patamar.

“O modelo de negócio da bolsa tem lastro na intermediação. Para comprarem e/ou venderem ativos, as pessoas precisam estar ligadas às corretoras”, resume Edemir. Ou seja, se o negócio das corretoras não vai bem, equivale dizer que menos receitas serão geradas para a bolsa.

“Se meu braço comercial não está com o desempenho esperado, isso se transforma em preocupação grande”, diz Edemir.

Nos últimos meses, a BM&FBovespa tem se dedicado a desenhar iniciativas para apoiar os negócios das corretoras. Duas frentes começam a ser trabalhadas – o incentivo aos agentes autônomos de investimento, que distribuem os produtos das corretoras, e a criação de uma central de serviços de tecnologia.

Antes da desmutualização das bolsas, as corretoras recebiam subisídios para operarem. Quando BM&F e Bovespa abriram capital e passaram a visar lucro, as corretoras tiveram de repensar seus negócios e dar conta dos custos da operação sozinhas para ser lucrativas. Nos últimos anos, quem despontou nesse segmento foi a XP Investimentos, que conseguiu resultados positivos investindo em cursos para ensinar e atrair investidores e em uma rede de agentes autônomos cada vez mais espalhada por todo o Brasil. A maioria das corretoras optou por estratégias que incluíam derrubar taxas de negociação e investir em “homebroker”, mas aparentemente elas têm falhado em atrair novos investidores.

Questionado se a bolsa não estaria voltando a apoiar as corretoras que não conseguiram reinventar seus modelos, Edemir afirma que está no estatuto da BM&FBovespa que sua função é também desenvolver mercados.

“Nós daremos apoio às corretoras, o que poderá trazer mais estabilidade ao nosso negócio. Não estamos distribuindo dinheiro”, afirma Edemir.

Hoje BM&FBovespa e Ancord, a associação das corretoras, promovem um workshop para debater perspectivas para o varejo e a utilização de agentes autônomos como forma de viabilizar o lado comercial de cada uma delas.

“A intenção é mostrar às corretoras que somente via agente autônomo elas conseguirão, a custos menores, ter capilaridade em todas as regiões do Brasil”, diz Edemir. O executivo destaca que hoje 10 mil pessoas estão autorizadas a atuar como agentes; mas apenas 2,5 mil estão na ativa.

Segundo Edemir, as corretoras ainda têm receio de usar esse profissional com medo de questões trabalhistas.

“A nova regulação estabelece que o agente deve trabalhar exclusivamente para uma corretora. No entanto isso não confere um vínculo porque ele não estará subordinado aos horários ou aos comandos da direção dessa corretora”, diz. Está nos planos da bolsa também começar a ajudar na capacitação e na certificação desses profissionais.

Uma segunda iniciativa da bolsa quer baratear o custo fixo das corretoras com serviços que, segundo Edemir, tem impactado negativamente os resultados. Hoje esse gasto, dependendo do porte e dos mercados de atuação varia de R$ 400 mil a R$ 800 mil mensais. Eles envolvem aparatos tecnológicos e são a base do negócio, como telas de negociação ou serviços de gravação de ordens. Não são diferenciais, mas itens básicos que cada uma contrata isoladamente da empresa que preferir.

Em parceria com uma companhia de serviços de tecnologia, a bolsa quer criar uma espécie de central (“nuvem”) que ofertará todos esses serviços básicos. Dessa forma, acredita, os custos fixos de cada uma serão barateados. “Em princípio se tivermos adesão entre 50% e 60% das corretoras aos serviços oferecidos por essa central, acreditamos que conseguiremos uma redução bastante significativa”, diz o presidente da BM&FBovespa. Os custos menores também poderão a atrair novas corretoras ao negócio.

Fonte: Ana Paula Ragazzi, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.