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Mudança contábil beneficia BicBanco

Uma mudança de critério contábil na marcação dos contratos de “swap” contribuiu para que o resultado do BicBanco não apresentasse uma queda ainda maior em 2012. O banco divulgou na quinta-feira que encerrou o quarto trimestre com prejuízo líquido de R$ 71,7 milhões, depois de lucro de R$ 8,1 milhões no mesmo período de 2011. O desempenho fraco levou o lucro acumulado no ano passado a cair 40% e ficar em R$ 110,5 milhões.

Segundo Milto Bardini, vice-presidente executivo e diretor de relações com investidores do BicBanco, a instituição financeira realiza operações de “swap”, que consistem na troca de resultado de fluxos financeiros futuros, com o objetivo de proteger o passivo em dólar de emissões no exterior. Esses contratos, que eram marcados pelo valor contratual, passaram a ser contabilizados pelo valor de mercado em 2012, segundo previsto na circular do Banco Central nº 3.150 de 2002. De acordo com a norma do BC, os contratos de “swap” utilizados para fins de hedge podem ser contabilizados pelo valor contratual, mas no caso de utilização como investimento devem ser marcados a valor de mercado.

Excluindo o efeito da marcação a mercado, o resultado líquido do banco em 2012 seria de prejuízo de R$ 24,795 milhões. Considerando o efeito da marcação a mercado nos dois últimos exercícios, no entanto, o banco teve lucro de R$ 110,531 milhões. Mesmo assim, houve queda de 40% no lucro de 2012 ante o exercício anterior.

A revisão dos contratos de swap nas demonstrações de 2011 fez com que o lucro líquido daquele período recuasse de R$ 232,4 milhões para R$ 184,3 milhões.

Segundo Bardini, o resultado de 2012 foi influenciado pelas despesas com provisão para crédito de devedores duvidosos (PDD), referentes a carteiras da safra de 2010. Houve impacto também da antecipação de despesas e provisões que caberiam a exercícios futuros, que somaram um valor bruto de R$ 124, 4 milhões no quarto trimestre, e tiveram contribuição negativa de R$ 75 milhões no lucro líquido do último trimestre de 2012.

“Tanto o resultado do trimestre quanto do exercício foram atípicos. Terminamos, no entanto, o provisionamento de PDD da safra de crédito de 2010 e esperamos uma melhora dos resultados nos próximos trimestres”, disse Bardini durante teleconferência com investidores. A provisão para créditos de devedores duvidosos somou R$ 548,3 milhões no ano passado, alta de 11,5% em relação a 2011.

A carteira de crédito do banco cresceu 10,1% em 2012, somando R$ 12,267 bilhões. As operações de financiamento ao comércio exterior (“trade finance”) e de crédito consignado, por meio da Sul Financeira, foram as que mais cresceram, representando um avanço de 56% e 53%, respectivamente.

O segmento corporativo continua sendo a principal atuação do banco e representava 93,9% da carteira de crédito total. Apesar do crescimento do crédito pessoal, concentrado nas operações de consignado, Bardini afirma que não é intenção do banco que essas operações superem 10% da carteira total. Em dezembro, essa participação estava em 6%.

O banco também reduziu os recursos mantidos em caixa, que passaram de R$ 4,010 bilhões em 2011 para R$ 2,822 bilhões no quarto trimestre de 2012. Segundo Bardini, o banco vem utilizando o excedente para financiar as operações de crédito e deve trabalhar com um nível mais baixo de caixa em 2013, acima, porém, do valor de R$ 1,6 bilhão exigido para efeitos das regras de Basileia.

O banco também tem mudado o perfil do “funding”, concentrando as captações de recursos mais no mercado local. Apesar do aumento do custo para a emissão de títulos bancários para as instituições financeiras de médio porte, o mercado doméstico, segundo Bardini, continua mais atrativo, dado os custos para se fazer hedge das emissões no exterior.

O Bicbanco encerrou 2012 com um índice de Basileia de 15,83%, superior aos 11% exigidos pelo BC.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.