McAfee revela ataques virtuais que atingiram governos, empresas e ONU

A empresa de segurança virtual McAfee divulgou nesta quarta-feira, 3, um estudo sobre ataques cibernéticos que atingiram os sistemas virtuais de governos, de companhias americanas e das Nações Unidas nos últimos cinco anos. No total, foram identificados 72 alvos em 14 países da América do Norte, Europa e Ásia. Entre eles estão os Estados Unidos (com 42 vítimas), Canadá (4 vítimas), Coreia do Sul e Taiwan (3), Japão, Suíça e Reino Unido (2) e outros sete países (com uma ocorrência).
No relatório divulgado pela McAfee, o vice-presidente para pesquisa de ameaças, Dmitri Alperovitch, afirma que esses sofisticados ataques são um problema em larga escala que afeta indústrias e economias de vários países. “(…) E as únicas organizações que estão isentas dessa ameaça são aquelas que não têm nada de valioso ou interessante que valha a pena roubar”. Segundo ele, as ações são motivadas pela “fome” de segredos e propriedade intelectual, o que seria bem diferente da gratificação financeira imediata que estimula a maioria dos crimes virtuais.
O documento ainda sugere que os ataques foram coordenados por um órgão governamental, sem mencionar nomes. “Não estamos apontando o dedo para ninguém, mas acreditamos que foi um estado-nação”, disse Alperovitch ao “The New York Times” por telefone. O jornal lembra que a China tem sido, frequentemente, o foco de suspeita em casos de invasões de hackers.
A McAfee não revelou detalhes profundos dos ataques. O estudo mostra que eles duraram de um a 28 meses (caso do comitê olímpico de uma nação asiática não-identificada) e cita abertamente poucos nomes, como Comitê Olímpico Internacional, Nações Unidas e Agência Mundial de Anti-Doping. O “The New York Times” informa que a maioria das companhias não quis ser mencionada para evitar o susto entre clientes e acionistas. (O jornal coloca a pesquisa disponível aqui.)
Um especialista em espionagem cibernética entrevistado pela Vanity Fair, primeiro veículo de comunicação a noticiar a pesquisa, disse que a identidade do provável culpado é clara. “Todos os sinais apontam para a China”, disse James A. Lewis. “Quem mais espiona Taiwan?”
A pesquisa conduzida pela McAfee foi batizada de “Operações nas Sombras RAT”. RAT é o acrônimo para “remote access tool”, tipo de software usado para acesso remoto a redes de computadores.
Fonte: Radar Tecnológico, Nayara Fraga