Hackers tiram do ar os sites dos maiores bancos do País
Na semana passada, milhares de brasileiros que correram até o computador para movimentar suas contas bancárias ficaram a ver navios. Até o fechamento desta reportagem, na quinta-feira 2, os sites de quatro bancos apresentaram instabilidade ou simplesmente saíram do ar. Na segunda-feira o alvo foi o Itaú. Na terça, o Bradesco. Na quarta foi a vez do Banco do Brasil e na quinta, do HSBC.
O ataque foi feito por dois grupos de hackers, autodenominados iPiratesGroup e Anti-Security Brazilian Team. Ambos fazem parte do Anonymous, movimento sem líderes que procura chamar a atenção da população mundial para as injustiças sociais promovidas por governos e grandes corporações.
Em uma operação coordenada via Twitter, os vândalos digitais geraram uma sobrecarga de acessos para tirar as páginas do ar (leia quadro) sem, no entanto, invadir os sistemas ou as contas de correntistas. “A vulnerabilidade dos bancos é quase inexistente. São os usuários que, por falta de informação, muitas vezes não possuem antivírus ou outros programas instalados em seu computador, que acaba infectado por arquivos maliciosos”, avalia Fábio Leto, presidente da SmartSec, empresa especializada em segurança digital.
Ouvido pela reportagem de ISTOÉ, um dos cyberterroristas negou que senhas ou dados tenham sido surrupiados. “O sistema ficou apenas inacessível. Roubar dados financeiros vai contra nossos princípios”, afirmou, por e-mail, o membro do grupo.
Os bancos atacados reconhecem que houve um pico de acessos aos sites, o que gerou a instabilidade. “Caso encontrem dificuldade, nossos clientes têm à disposição o telefone, os caixas eletrônicos e a rede de agências”, afirmou o Itaú, em nota. Já o Banco do Brasil negou “qualquer especulação sobre ameaça à segurança dos servidores e sistemas operacionais”. Por meio da assessoria da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Bradesco afirmou que as instituições financeiras brasileiras investiram cerca de R$ 17,5 milhões em tecnologia digital nos últimos seis anos. Procurado pela reportagem, o HSBC não se posicionou oficialmente sobre o caso até o fechamento desta edição.
Fonte: Larissa Veloso, Istoé Independente