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Fundador questiona IBGC

j0438736Um dos fundadores do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Bengt Hallqvist, enviou e-mail aos associados em que mostra descontentamento com os rumos do instituto. Hallqvist, conselheiro profissional, já foi principal executivo da Volvo Latin America e da AEG Telefunken do Brasil.

Ele questiona o aumento de um para dois anos do mandato de seus conselheiros, a composição atual do IBGC e pede maior seleção para novos associados.

O IBGC diz que segue o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, que preza e recomenda transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade empresarial.

“De forma constante, avaliamos o trabalho da entidade, sempre com a participação de todos os associados. Com base nessa postura, recebemos positivamente o ativismo de nossos associados”, informou o instituto, também por e-mail. Hallqvist não respondeu a pedido de entrevista.

A carta ressalta o sucesso do IBGC em 2010, com números recordes de cursos abertos, de certificações a conselheiros e da elevada participação de todos em seus eventos mensais. Em seguida, lamenta o fato de o IBGC ter perdido sua característica inicial, de ter entre seus integrantes conselheiros administrativos: “Todos estávamos tentando construir melhores empresas [por meio] de melhor governança e fazer dinheiro para as companhias”, escreveu.

Com o passar do tempo, segundo ele, o instituto também ficou muito atraente para informação e “networking”. “Acolhemos muitos associados, inclusive da área financeira, cujo principal interesse era ganhar dinheiro com as companhias, às vezes sem criar nenhum valor para elas.”

Em diversas ocasiões, Hallqvist diz ter recomendado aos membros da comissão de admissão do IBGC para serem mais críticos na seleção de novos associados, “mas eles estavam pressionados por vários argumentos – criar um instituto maior, com mais recursos etc.”.

Para Hallqvist, pelos ideais dos fundadores, o instituto teria hoje a metade do tamanho atual. “Talvez seja uma boa ideia restringir a admissão ou a votação, no futuro, apenas a conselheiros certificados.” E complementa: “Riscos de reputação são possivelmente os maiores riscos numa organização como a nossa. A avaliação é ainda mais importante no caso das candidaturas ao conselho de administração.”

Integrantes do IBGC, que preferem não ser identificados, minimizam as críticas de Hallqvist. Segundo as fontes, ele tem o costume de encaminhar uma carta todos os anos, refletindo sobre o ano anterior. Tem sido um defensor de o IBGC focar-se no aprimoramento da governança apenas às companhias fechadas. Mas a maioria entende que nada impede que o instituto acompanhe a evolução das empresas abertas. Hallqvist também teria se oposto à eleição do gestor de recursos Mauro Cunha para a presidência do instituto, em 2008 e 2009.

Hallqvist afirma ainda que acionistas em todo o mundo vêm reduzindo o período de mandato de conselheiros, de vários anos para um. “É triste ver o IBGC caminhar em sentido contrário, ao adotar mandatos de dois anos na reforma de seus estatutos.”

O IBGC esclarece que suas regras são aprovadas em assembleias gerais. E as alterações em seus estatutos foram aprovadas em 2009, após longo período de consultas e audiências junto aos associados – 96% dos 628 votos foram favoráveis. E explica que os novos membros são aceitos após avaliação de experiências profissionais e apresentação de seu compromisso com as boas práticas de governança. O processo de admissão passa por comissão específica integrada exclusivamente por conselheiros de administração do instituto.

Fonte: Ana Paula Ragazzi, Valor Economico

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Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.