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Fraude Contábil: BC bane executivos de ex-banco de Silvio Santos por até 20 anos

O BC decidiu banir de atuar no Sistema Financeiro Nacional por até 20 anos os principais executivos e conselheiros do Banco PanAmericano, que foram considerados responsáveis ou omissos pelo rombo de R$ 4,3 bilhões. A decisão saiu há dois dias e foi resultado de um processo administrativo sigiloso que apurou o caso. A pena é a inabilitação por um período que varia de acordo com o nível hierárquico e o grau de responsabilidade dos executivos envolvidos.

Rafael Palladino e Wilson de Aro, respectivamente, ex-presidente e ex-diretor financeiro do banco, não poderão atuar no setor por 20 anos.

Os demais diretores ficarão afastados por 15 anos, e os membros dos conselhos de administração e fiscal, por oito anos. Embora não tenham exercido atividades diretas no banco, Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos e diretor do SBT, e Luiz Sandoval, presidente do grupo Silvio Santos, também ficarão impedidos de atuar no mercado financeiro por oito anos. Os executivos ainda podem recorrer da decisão no próprio Banco Central.

Folha apurou que praticamente todos os funcionários que participaram da fraude que levou ao rombo foram demitidos, uma exigência imposta pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que cobriu o rombo contábil.

Investigações

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) também abriu processos administrativos para apurar a manipulação da contabilidade e a fraude na gestão de fundos de investimento que aplicavam em créditos do PanAmericano. Os processos na CVM ainda não têm data para conclusão. Entre outros crimes, o PanAmericano vendia empréstimos para outros bancos e não dava baixa na contabilidade, inflando o balanço. Procurado, o Banco Central informou que não pode comentar o caso, sob a alegação de que o processo é protegido por sigilo legal. A Folha não conseguiu falar com Rafael Palladino.

Luiz Sandoval e Guilherme Stoliar foram orientados a não comentar o caso, mas pretendem recorrer. Os advogados de Wilson de Aro não ligaram de volta.

Processo está praticamente encerrado na PF

A investigação da Polícia Federal sobre a responsabilidade dos executivos do PanAmericano no rombo de R$ 4,3 bilhões está praticamente concluída, segundo apurou a Folha.

A investigação foi basicamente sustentada pela troca de e-mail ocorrida entre o então presidente do banco, Rafael Palladino, e o vice-presidente financeiro, Wilson De Aro, com outros diretores do PanAmericano e do grupo Silvio Santos. Essa troca de e-mail foi revelada pelo “Painel” da Folha ao longo da semana.

Ao contrário das investigações anteriores, marcadas pelas grandes operações de busca e apreensão, dessa vez só três policiais coletaram todo o material dos computadores dos executivos como se fossem funcionários do banco.

A troca de e-mails revelou a ligação direta entre o PanAmericano e Luiz Gushiken, ex-ministro do governo Lula. Gushiken teria funcionado como facilitador de negócios entre o banco e pequenos fundos de pensão. Também é suspeito de ter intermediado a venda de 49% do PanAmericano para a Caixa Econômica Federal, em 2009, um ano antes de o rombo se tornar público.

Outros e-mails mostraram como o banco realizou operações que resultaram, mais tarde, em doações para campanhas políticas. O processo da PF correu paralelamente à auditoria financeira ocorrida no ano passado. O material é farto e já seria suficiente para que o Ministério Público Federal de São Paulo pedisse a abertura de um processo criminal à Justiça Federal. Mesmo assim, a PF ouvirá os envolvidos antes de encaminhar o processo ao MPF.

Fonte: Julio Wiziack, Toni Sciarretta e Flávio Ferreira, Folha de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.