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FGC vai buscar blindagem na venda do Cruzeiro

O processo de venda do banco Cruzeiro do Sul se dará por meio de um processo organizado, em uma espécie de leilão. Diferentemente de todas as operações já costuradas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até agora, a venda do Cruzeiro vai se dar se forma mais transparente, com a divulgação das regras do jogo.

Segundo o Valor apurou, o FGC publicará um edital com os pré-requisitos que os interessados devem cumprir para assumir o banco. Entre as exigências estará a necessidade de experiência no setor bancário. As ações do candidato à compra do Cruzeiro do Sul também não podem ter sido colocadas em garantia por seus controladores em outras operações.

Ao deixar as regras do jogo transparentes, o FGC busca se proteger de eventual responsabilização por problemas futuros em um banco que se encontra em Regime de Administração Especial Temporária (Raet), decretado pelo Banco Central depois da descoberta de indícios de fraude. No assento do conselho de administração do FGC estão hoje executivos dos maiores bancos do país: Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco.

No dia 14, o Cruzeiro do Sul divulgará seu balanço com um rombo que deve ficar próximo a R$ 2,5 bilhões. As “inconsistências contábeis” somam cerca de R$ 1,5 bilhão, enquanto o restante se deve a provisões e a patrimônio superestimado. Os números vão englobar as operações do banco de abril até 4 de junho, data da intervenção.

A liquidação do banco ainda não está 100% descartada, mas hoje o cenário mais trabalhado pelo FGC é a venda da instituição. Neste momento, o fundo trabalha nos detalhes do edital de venda.

Desde a crise de 2008, o FGC vem atuando como principal fonte de “funding” para instituições financeiras de pequeno e médio portes. Com a descoberta de um rombo de R$ 4,3 bilhões no PanAmericano, o fundo assumiu um novo papel, financiando também a venda de bancos com problemas. O PanAmericano foi vendido ao BTG Pactual; o Schahin, ao BMG; e o Matone ao Original (antigo JBS).

Por causa dessa nova função, o FGC vai ganhar até o ano que vem uma outra configuração. De acordo com o novo estatuto, a entidade terá um conselho de administração com todos os seus integrantes não ligados a bancos. A profissionalização busca evitar problemas de conflito de interesse que os conselheiros enfrentam na hora de aprovar capitalizações.

Desde o início da intervenção, em 4 de junho, as ações do Cruzeiro do Sul se desvalorizaram 77,7%. Ontem estavam cotadas a R$ 1,69, o que dá ao banco um valor de mercado de R$ 228,7 milhões.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.