Notícias

Febraban vê freio no crédito para empresas

efeito dominóOs dados de crédito do Banco Central (BC) referentes ao mês de maio e que serão conhecidos hoje podem confirmar uma desaceleração no ritmo de financiamentos do sistema. Sondagem preliminar feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta para um crescimento de 0,8% do saldo das operações com recursos livres, ante um avanço de 1,4% em abril. Incluídos os recursos direcionados, a expansão do estoque em maio deve ser igualmente de 0,8%, para R$ 1,79 trilhão, mantendo a proporção de 46,6% do PIB.

Um dos pontos que mais chama atenção na sondagem feita pela Febraban é o comportamento do crédito para pessoas jurídicas. A previsão de crescimento do saldo em maio na comparação com abril é de apenas 0,1%, entre os menores avanços mensais da série. Com o desempenho, a expansão anual cai de 18,5%, em abril, para 16%, em maio. A média diária de concessões para o segmento empresarial deve também sofrer uma queda importante, de 11%.

Apesar da fraca performance prevista pela sondagem da Febraban, Jayme Alves, economista sênior da entidade, acredita que é cedo para falar em reversão de tendência. “Pagamentos de empréstimos por grandes empresas podem ter influenciado o resultado de forma pontual”, afirma. Além disso, os investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos devem demandar um volume forte de financiamentos bancários.

Na pesquisa “Projeções e expectativas de mercado” feita pela Febraban com economistas de 31 bancos e divulgada na semana passada, embora a expectativa de expansão das operações de crédito para pessoas jurídicas (com recursos livres) em 2011 tenha sido reduzida de 15,8% para 15,5%, para 2012 subiu de 15,1% para 15,3%.

O comportamento do crédito para pessoas físicas emite sinais contraditórios. Enquanto a evolução do saldo deve ser de 1,5% em maio – a alta mais forte desde novembro de 2010, antes das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo -, é observada uma retração expressiva na média diária de concessões, que de acordo com a sondagem prévia da Febraban será de 6,6%. A linha de cartão de crédito deve puxar a queda nas ofertas, com declínio de 11,8%. Existe, nesse sentido, um impacto de caráter sazonal. “As linhas emergenciais são muito utilizadas no início de ano, quando há uma concentração de pagamentos de impostos e matrícula escolar”, explica Alves. “Agora, esse movimento está sendo devolvido.”

O avanço das modalidades de empréstimo com maior prazo pode explicar, em parte, a previsão de aumento do saldo de crédito para o varejo em maio. Esse movimento já vem sendo verificado nas estatísticas anteriores do BC. O prazo corrente das operações de pessoas físicas cresceu 11% em abril na comparação anual, ou cerca de três meses, para pouco mais de três anos.

O volume de concessões acumuladas em maio, que conta com o efeito calendário de três dias úteis a mais em relação a abril, também contribui para o crescimento do saldo de crédito para pessoas físicas, segundo Alves. De acordo com o levantamento da Febraban, as concessões acumuladas em maio para pessoas físicas deve crescer cerca de 8%, ante 2% para as pessoas jurídicas.

Os números da sondagem feita pela Febraban divergem bastante dos dados parciais do mês de maio (até o dia 13) divulgados pelo BC, que mostravam aumento de 6,4% das concessões diárias para pessoas jurídicas e crescimento nulo no segmento de pessoas físicas, resultando numa elevação total dos créditos com recursos livres de 3,6%. “Por isso a prévia parece pouco consistente”, opina Maurício Molan, economista-chefe do Santander Brasil.

“Há em curso uma desaceleração do crédito, sim, mas não tão forte como o esperado”, observa Moulan. A média de crescimento neste ano está mais lenta do que no fim do ano passado, porém ainda é mais forte do que no primeiro semestre. Segundo Moulan, existe perspectiva de que a desaceleração se intensifique mais à frente, a partir da avaliação qualitativa dos dados. “O primeiro sinal foi dado pelo crescimento rápido das modalidades de crédito mais caras”, diz. As medidas macroprudenciais influenciam as variáveis de crédito, mas na opinião de Moulan, atingem mais os endividados. “Tenho dúvidas se o consumidor não endividado, otimista com a economia e tendo ganho salarial expressivo, vá diminuir o consumo.”

Fonte: Aline Lima, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.