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Estímulo ao crédito reduz compulsórios em R$ 65 bi

O crédito aumenta sem estardalhaço e especialistas consideram que até um pouco aquém do que gostaria o governo. Mas não é por falta de dinheiro. Em meio a discussões sobre inadimplência e sobreendividamento das famílias – tema sobre o qual não há consenso entre analistas do mercado -, os bancos estão mais cautelosos e atentos ao risco. Mas convivendo com mais recursos. Em pouco mais de seis meses, o sistema bancário “acolheu” cerca de R$ 65 bilhões de ex-depósitos compulsórios.

Após a liberação de R$ 100 bilhões de recolhimentos sobre depósitos bancários para prover liquidez em reais à economia durante a crise de 2008/2009, o Banco Central (BC) reverteu algumas decisões de política monetária no fim de 2010. E uma delas foi a recomposição dos depósitos compulsórios, o que resultou em retirada de R$ 61 bilhões de circulação no ano passado. O dinheiro migrou dos bancos para o BC, reforçando os depósitos compulsórios.

Em dezembro do ano passado, os compulsórios totais do sistema colaram em R$ 450 bilhões, inclusive porque os recolhimentos crescem como efeito da sazonalidade dos depósitos à vista – normalmente mais elevados em dezembro e janeiro por causa do 13º salário. Mas vale lembrar que em 2011, embora a atividade econômica não estivesse bombando, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 7,31% no terceiro trimestre. Portanto, algum aperto na liquidez orientado pelo BC fazia sentido.

Agora em 2012, além de a economia continuar fraquejando e o governo estar claramente disposto a incentivar o crescimento – num primeiro momento reforçando o discurso sobre o crédito e depois sobre investimentos -, a inflação vem declinando em 12 meses e passou a conspirar a favor do BC e de mais dinheiro na praça. Nesse contexto, os depósitos compulsórios dos bancos no BC recuaram a R$ 385 bilhões ao fim da primeira semana de julho.

A queda respeitável de R$ 65 bilhões no saldo dos depósitos compulsórios entre o fim de 2011 e a primeira semana de julho não refletiu redução de alíquotas de recolhimento sobre recursos a prazo ou à vista. O recolhimento encolheu porque ocorreram algumas alterações nas regras. Mas isso não muda o fato: os compulsórios bancários no Brasil se mantêm como destaque internacional e só deixaram de receber ácidas críticas quando, em 2008/2009, evitaram um colapso no crédito doméstico em função da crise financeira global.

Entre as mudanças recentes que afetaram esses depósitos estão a criação de operações dedutíveis no recolhimento compulsório sobre recursos à vista; estímulo à utilização de operações dedutíveis no recolhimento sobre recursos a prazo; e utilização de outras formas de captação – não sujeitas aos recolhimentos – por parte das instituições financeiras, reduzindo, como consequência, o valor sujeito a recolhimento.

Entre dezembro de 2011 e junho de 2012, o valor sujeito a recolhimento compulsório sobre recursos a prazo diminuiu R$ 97 bilhões, sendo aproximadamente R$ 20 bilhões em exigibilidade, e R$ 13 bilhões a mais contratados em operações dedutíveis no compulsório sobre recursos a prazo.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.