Bundesbank ameaça punir bancos americanos na UE
O principal supervisor do sistema bancário alemão ameaçou os bancos americanos com restrições a suas operações na Europa caso os EUA não adotem os novos padrões de capital e liquidez conhecidos como Basileia 3. Sabine Lautenschlaeger, chefe da área de fiscalização do Bundesbank, disse que é preciso pensar o que fazer com essas instituições na União Europeia se o atraso dos EUA na adoção das regras se transformar numa rejeição à atualização do acordo.
Lautenschlaeger sugeriu que os bancos americanos podem perder o privilégio regulatório, que permite que operem na União Europeia como franquia de suas operações domésticas ao invés de estabelecerem subsidiárias locais com capital próprio. As subsidiárias são geralmente supervisionadas pelas autoridades do país em que estão.
A ameaça ainda não é material. A União Europeia teria que ser responsável por quaisquer medidas reativas. Mas os políticos europeus já estão sob pressão de seus bancos para aliviar o peso que Basileia 3 representa. E isso só vai aumentar se houver a percepção de que os EUA vão permitir que seus bancos trabalhem com padrões de capital mais baixos.
“Basileia 3 não pode funcionar sem a participação dos americanos”, disse Herbert Stepic, presidente do austríaco Raiffeisen International. “No momento em que tivermos regras mais restritivas que as deles, teremos uma enorme desvantagem global, e os reguladores não podem ficar indiferentes a isso.”
“Não vamos aceitar que os EUA deixem Basileia 3 repentinamente a favor de seus bancos”, disse Martin Blessing, presidente do Commerzbank. Apesar disso, ele diz compartilhar das preocupações sobre um viés antiamericano nos acordos. Os EUA não vão cumprir o prazo de 1º de janeiro para transformar os acordos de 2010 em lei – um compromisso que tanto o país quanto a União Europeia fizeram ao G-20.
© 2000 – 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A.
Leia mais em: