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Bancos menores captam com custo abaixo do CDI

Os grandes bancos têm aceitado aplicar parte de seus recursos por uma remuneração igual ou até inferior à do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa que reflete a média do custo dos empréstimos entre as instituições financeiras. É uma situação inusitada, já que, em geral, apenas pessoas físicas – sem poder de barganha – concordam em receber essa rentabilidade por seus investimentos.

Não pense, porém, que os bancos querem perder dinheiro. O raciocínio deles é básico: ganhar menos é melhor do que não ganhar nada. Desde fevereiro, o governo deixou de remunerar parte do dinheiro que os grandes bancos – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa, principalmente – são obrigados a depositar no Banco Central. Quem quiser ver o dinheiro render terá de comprar papéis de dívida ou carteiras de crédito de instituições de pequeno e médio portes. O objetivo da medida é aumentar a liquidez do sistema. Pelos cálculos do BC, a nova regra pode irrigar os bancos menores com cerca de R$ 30 bilhões, o equivalente a 36% do depósito compulsório.

Em geral, essas transações com bancos menores são fechadas por taxas que superam o CDI. Mas a possibilidade de barganha se abriu porque a procura por ativos de um restrito grupo de bancos aumentou muito depois da nova regra do BC. Com receio do risco que terão de correr para remunerar o dinheiro do compulsório, as tesourarias estão indo atrás, principalmente, de bancos que estejam menos alavancados e com atuação no crédito corporativo.

Valor conversou com três bancos médios de crédito corporativo que relataram já ter fechado operações ao custo do CDI ou até abaixo. O presidente de uma instituição afirmou que vendeu na semana passada R$ 150 milhões em letras financeiras – espécie de debênture dos bancos – com prazo de dois ano por 100% do DI. Um alto executivo de um grande banco confirmou que essas operações estão ocorrendo. Com isso, os pequenos estão trocando “funding” mais caro por outro mais barato e engavetando programas de oferta pública de letras financeiras.

Um banco de crédito consignado também relatou que a liquidez aumentou, fazendo a venda de carteiras de crédito crescer. Mas isso está se dando a taxas acima do DI.

A disputa por ativos de poucos bancos mostra que nem todas as 83 instituições que integram a ABBC, associação que reúne os bancos médios, estão sendo favorecidos. “Participantes estruturalmente fracos não serão necessariamente beneficiados pela esperada expansão de liquidez no mercado e terão de continuar a buscar recursos do Fundo Garantidor de Créditos”, afirmou a Fitch, agência de classificação de risco, em relatório. O executivo de um banco de pequeno porte com atuação em crédito corporativo e consignado relata ainda não ter sentido nenhuma mudança na liquidez.

Para a ABBC, a medida foi favorável, apesar de não estar trazendo liquidez a todos. “Os bancos foram afetados diferentemente e há uma assimetria de informações que precisa ser trabalhada”, diz Renato Oliva, presidente da ABBC. (Colaborou Vinícius Pinheiro)

Fonte: Carolina Mandl, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.