Nos EUA, caso da Olympus atrai atenção da SEC
O ex-presidente da Olympus Michael C. Woodford foi chamado para uma segunda reunião com autoridades americanas responsáveis pela investigação federal em torno das centenas de milhões de dólares que a companhia japonesa pagou em taxas de consultoria, segundo uma pessoa a par do assunto. O encontro, desta vez, vai contar com representantes da Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de títulos e câmbio dos Estados Unidos.
Denunciante do caso, Woodford – que foi demitido depois de pedir ao conselho da empresa para revisar os pagamentos feitos como parte de aquisições – viajou do Reino Unido para Nova York no mês passado para encontrar-se com agentes do FBI e promotores da unidade especializada em fraudes do promotor federal de Manhattan Preet Bharara, disse a fonte, que não quis se identificar.
O encontro com as autoridades americanas será o primeiro a envolver investigadores da SEC. Os reguladores estão interessados no assunto porque os American Depositary Receipts (ADRs) da Olympus são negociados nos Estados Unidos, disse essa pessoa.
A solicitação feita a Woodford pode indicar um interesse reforçado do governo dos Estados Unidos na Olympus depois de a companhia admitir, na semana passada, que três executivos conspiraram para esconder prejuízos dos investidores. A companhia inicialmente negou que houvesse algum delito envolvendo os US$ 687 milhões pagos em comissões de consultoria referentes à aquisição de US$ 2 bilhões do Gyrus Group, em 2008. Mais tarde, porém, informou que havia pago comissões infladas aos consultores para esconder perdas.
Woodford também se encontrou com uma equipe do Britain Serious Fraud Office (SFO), que iniciou uma investigação formal na semana passada sobre irregularidades contábeis na fabricante japonesa de câmeras fotográficas e endoscópios, de acordo com outra pessoa familiarizada com o caso, que também não quis ser identificada. O SFO, que cuida de crimes do colarinho branco, vai trabalhar com o Departamento de Justiça dos EUA e com as autoridades japonesas, segundo essa pessoa.
Fonte: Bloomberg, Valor Economico