Controles Internos e Compliance na Rede Social
Tenho me perguntado ultimamente sobre política de acesso e segurança da informação, pois os profissionais de compliance e de TI, vem se especializando na elaboração de políticas e procedimentos de monitoramente de rede, internet e e-mails dentro das corporações, na interminável busca pela conformidade da segurança dos dados das empresas e acessos indesejáveis durante o expediente de trabalho, mas o que vemos ultimamente é outro mundo.
Com o surgimento dos smartphones e tlablets, todo este trabalho esta saindo de controle, pois as corporações não permitem acesso a rede sociais, sistemas de mensagens instantâneas, e-mails pessoais durante o horário de trabalho, mas estes novos equipamentos são utilizados diariamente e com grandes atividades, como podemos conscientizar as pessoas que isso são distrações perigosas para as suas atividades? Muitos perdem o foco do trabalho e as falhas aparecem, tornando-se riscos operacionais.
Será que proibir seria o caminho ou estamos sendo extremistas demais? Orientar a utilização em horários específicos? Geração Y como tratar esse pessoal? A nova geração, que começa a desembarcar nos quadros das empresas, questiona o modo tradicional das companhias de trabalhar.
Segundo Roberta Prescott, essa tal geração Y, são dinâmicos, “antenados” e familiarizados com diversas tecnologias, afinal, cresceram navegando na internet em busca dos mais diversos conteúdos.
Aliás, fazer várias coisas ao mesmo tempo é uma característica forte, até porque eles não têm paciência para atividades muito longas. Trabalham melhor em equipes (nem sempre), anseiam por flexibilidade de horário e mobilidade, necessitam de feedbacks constantemente, demandam planos de carreira (querem ascender rapidamente e isso é outra dificuldade) e esperam reconhecimento instantâneo de seu trabalho (quem não espera?). São informais, não se intimidam ao expor idéias a seus chefes – o que não é de se estranhar, pois se acostumaram com o apoio e retaguarda dos pais.
Entretanto, muitas atividades não podem ser tratadas assim, mas tenho colegas da minha idade, já nem tão “Y” assim, mas tem a mesma idéia sobre tecnologia e mantêm alimentados seus twitters, facebooks, linkedin, entre outros. É lógico que os profissionais liberais podem realizar suas atividades em paralelo com as redes sociais, mas em momentos de atividades especiais (de trabalho), as redes sociais são deixadas de lado, ou pelo menos deveriam (risos).
Fica aqui minha pergunta, como podemos mudar os conceitos sem perder a segurança e os controles internos sobre as informações das empresas e obter resultados de nossos colaboradores?
Marcos Assi é professor e coordenador do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, e autor do livro “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” (Saint Paul Editora). Consultor de Riscos Financeiros e Compliance da Daryus Consultoria.
Caro Marcos,
Ótimo seu artigo e gostaria de comentá-lo:
Todas as mudanças comportamentais nos últimos 40/50 anos, tem se caracterizado pela velocidade em que todas acontecem,ou seja, ao seu tempo certo. Você pode estar me perguntando que tempo certo é esse?
Primeiro é o tempo da paciência. Segundo e mais definitivo, é o tempo necessário para a assimilação e educação.
Conforme o mundo (digo aqui “o mundo” fazendo referência às pessoas envolvidas) necessita utilizar as ferramentas em impostas pela velocidade/necessidade do mundo dos negócios,paralelamente existe naturalmente a criação de infra-estruturas educacionais para atender este “mundo”,sejam elas tecnológicas ou não. Voltando só um pouquinho no tempo, lembra das BBSs ? Lembra quando começamos a usar internet em nosso dia a dia ? Demorou um tempinho para as coisas se equilibrarem e tornarem corriqueiras. Os ritmos são impostos pelas necessidades.
Educação ainda é muito barata para se conseguir resultados em empresas. Observe a quantidade de empresas que já praticam a educação da geração Y quanto ao uso das redes sociais. É o jeito para conseguir algo desta moçada. Ainda estamos numa fase de transição do ser humano em que ainda necessitamos executar coisas simultaneamente. Sim, somos multi-task, porém ainda tratamos nossas tarefas uma a uma. Resta convencer esta geração deste fato. Grande Abraço.
Rapanelli