Faltam políticas de incentivo a denúncias em multinacionais
Mesmo empresas multinacionais estrangeiras, vistas como bons exemplos de governança corporativa, apresentam um ambiente pouco receptivo a denúncias de irregularidades, segundo pesquisa do escritório de advocacia britânico Freshfields Bruckhaus Deringer. Foram ouvidos mais de 2.500 gerentes de grandes corporações com origem nos EUA, Reino Unido, Hong Kong, Alemanha e França.
Segundo o estudo, 12% dos participantes já fizeram denúncias sobre irregularidades nas companhias onde atuam, e 42% considerariam fazer o mesmo se encontrassem problemas. No entanto, 44% dos profissionais ouvidos dizem que suas empresas não possuem uma política específica para denúncias internas ou não a comunicam aos funcionários. Apenas em 7% das empresas a prática de denúncias é vista como um tema importante para a organização.
Como resultado, 40% consideram que suas empresas desencorajam de forma direta ou indireta a prática de denúncias. Um número parecido (37%) acredita que seria prejudicado ou demitido por gestores seniores caso fizesse uma denúncia.
Para a líder da área de emprego e benefícios do Freshfields Bruckhaus Deringer, Caroline Stroud, as empresas ainda não estão preparadas para lidar com esse tipo de comportamento dos funcionários. “Dada a natureza dos problemas que levam a denúncias – como má gestão financeira, corrupção ou atividades criminosas – e o riscos envolvidos para a reputação da companhia, a adoção de procedimentos de denúncia é um assunto que deveria ser discutido a nível de conselho”, diz.
Caso encontrassem irregularidades no trabalho, mais da metade dos participantes (52%) disseram que levariam a reclamação ao chefe direto. Já 14% contariam para uma agência reguladora e 4% fariam a denúncia para um veículo da mídia.
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