Fantasma do Cruzeiro do Sul assusta mercado sem socorros
A presidente Dilma Rousseff está se transformando num pesadelo para os investidores do mercado de dívida.
Uma semana depois de se recusar a socorrer o Banco Cruzeiro do Sul SA e evitar o maior calote da América Latina em uma década, os credores da Rede Energia SA, cuja maior unidade está sob recuperação judicial, estão aumentando as expectativas de perdas. Os preços dos títulos perpétuos da Rede Energia caíram 7,7 por cento esta semana, para 22,4 centavos de dólar, ampliando a perda acumulada para 13 centavos desde 31 de agosto, quando o governo decretou intervenção em todas as subsidiárias, com exceção da Centrais Elétricas do Pará SA.
O grupo Rede está caminhando para o que pode ser o terceiro calote em dívidas em dólar por empresas brasileiras este ano, mais do que o total acumulado nos nove anos anteriores. O aumento da inadimplência de empresas reduz os ganhos de dívidas junk brasileiras, cujos rendimentos caíram 0,92 ponto percentual, para 8,11 por cento este ano, em comparação aos 2,39 pontos registrados por papéis de alto risco de mercados emergentes.
“O governo está dizendo ’olha, nós ajudamos empresas no passado devido a situações de mercado, mas tem uma hora em que você precisa colocar um limite’”, disse Marco Aurélio de Sá, diretor do Crédit Agricole Securities USA Inc., em entrevista por telefone de Miami. A mensagem é “o Brasil está virando um país sério, onde temos que respeitar condições de mercado”.
Fonte: Verónica Navarro Espinosa e Rodrigo Orihuela, da