Clientes e gerentes financiaram empresa de Indio da Costa
Clientes e gerentes do banco Cruzeiro do Sul investiram cerca de R$ 450 milhões na Patrimonial Maragato, empresa de Luis Felippe Indio da Costa, controlador da instituição financeira que sofreu intervenção do Banco Central (BC). Agora, esses investidores estão em busca dos ativos da empresa, na tentativa de recuperar pelo menos parte do dinheiro aplicado.
Os investimentos foram feitos por meio de dois fundos de investimento em participações (“private equity”) que compraram debêntures conversíveis em ações da Maragato. O fundo Platinum captou R$ 253 milhões prometendo uma rentabilidade de 110% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) ao ano, enquanto o Equity arrebanhou outros R$ 203 milhões visando um ganho de 108% do CDI.
Apesar de a Maragato não ter nenhuma relação societária com o banco, para conseguir esses recursos, ambos os fundos recorreram a uma lista de clientes do Cruzeiro do Sul e aos próprios gerentes do banco, que também compraram cotas.
Um investidor relatou ao Valor que a aplicação no fundo Platinum foi oferecida por uma gerente do Cruzeiro do Sul, que, segundo ele, teria afirmado tratar-se de um investimento em crédito consignado. Os extratos de aplicação desse investidor mostram que a aplicação foi feito em um fundo de private equity, e não no banco.
Mesmo assim, alguns investidores pretendem levar o caso à Justiça afirmando que teriam sido enganados. Isso criaria mais uma incerteza em relação ao tamanho do rombo no banco, algo que não pode ser descartado por um eventual comprador.
Os regulamentos do Platinum e do Equity não permitem que os cotistas resgatem seu dinheiro antes do término dos fundos, que se dará em 2015. Porém, um outro esquema garantia a liquidez prometida verbalmente pelos gerentes, de acordo com o relato de um investidor. As cotas de um aplicador eram revendidas a outro investidor, assim, um mercado secundário gerava um canal de saída.
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