22ª Convenção dos Contabilistas – Santos-SP-2011
Mais uma vez tivemos a oportunidade de atualização profissional, oportunidade de encontrar colegas, amigos, alunos, professores, coordenadores entre outros, afinal em um evento de contabilistas os contadores, auditores e peritos estão em peso.
Este ano como não poderia deixa de ser, o assunto foi Lei 11.638/07, Lei 11.941/09 e IFRS, mas algumas coisas ficaram evidentes, e vamos relatar a seguir.
Para começar algumas palestras foram interessantes, mas outras, simplesmente desatualizadas, com pesquisas e balanços de 2001, 2004, e outros sem data, os colegas acadêmicos que me perdoem, mas alguns deveriam deixar um pouco as pesquisas e buscar entender como realmente se aplica tudo isso no mundo corporativo.
A dificuldade de apresentação ficou nítida em alguns, muitos pareciam que estavam lá por obrigação, pois palestrar sentado é uma falta de respeito, ler slides por 1 hora, ser extremamente superficial, utilizar temas que chamam a atenção com palestras sem conteúdo, e óbvio, neste mundo moderno o Twitter e Facebook ferveram entre os participantes.
Estou comentando isso por que foi o que a maioria comentava após cada palestra, e acredito que muito participantes buscaram informações e não conseguiram tais informações, devemos atentar que quantidade, nem sempre está atrelado à qualidade.
O CRC deveria buscar palestrantes com notoriedade nos assuntos, com conhecimento prático de contabilidade, e que possibilitem apresentação de conteúdo, não basta titulação, devemos buscar praticidade, pois as mudanças são enormes e nunca fomos preparados para isso, vale a pena salientar que USGAAP e IASGAAP já existem deste dos anos 70, e nós fomos catequizados na Lei 6.404/76, BRGAAP, sem nunca nos importarmos com a tal contabilidade internacional.
Agora da noite para o dia queremos mudar tudo e o que nos apresentaram nas palestras, muito pouco, não vi ninguém falar de derivativos, vide os problemas da Aracruz e Sadia, entre outros, ou até mesmo a Deliberação CVM 550/2008, pós-escândalos, será que ninguém poderia falar dos IAS 39 e 32, ou do CPC 38, 39 e 40? Afinal no Brasil, não temos títulos públicos, mercado de ações, opções, swap, mercado a termo, NDF, eurobonds, entre outros instrumentos financeiros.
Impairment com gestão de riscos? Provisões para perdas? Dificuldades entre o entendimento da Contabilidade Societária (lei 11.638 e lei 6.404) x LALUR x RTT (lei 11.941)?
O que podemos fazer para mudar? Estes assuntos faltaram e poderíamos juntos num evento deste mostrar a força da contabilidade no mundo corporativo, estavam lá pelo menos 2.500 pessoas entre alunos e profissionais que podem mudar o mundo, mas qual a real diferença de PME para as grandes corporações, o volume de transações, pois contabilidade é contabilidade, como disse o Prof. Sérgio de Iudícibus em meu mestrado na PUC: “O contador não sabe valorizar o seu trabalho, todos acham que lidamos somente com Crédito e Débito, na verdade somos parte da gestão dos negócios”.
Abaixo algumas fotos para recordação dos momentos do evento.