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Silvio Santos vai depor em processo do PanAmericano

O empresário Silvio Santos poderá prestar depoimento à Justiça Federal em São Paulo na condição de testemunha de defesa de Cláudio Barat Sauda, um dos 17 réus acusados de crimes contra o sistema financeiro nacional no processo do Banco PanAmericano.

Silvio Santos foi convocado pela defesa de Sauda, ex-gerente de controladoria da instituição financeira. O depoimento está marcado para às 14 horas de 5 de agosto no juízo da 6ª vara federal criminal, em São Paulo. O dono do SBT e ex-proprietário do PanAmericano prestará esclarecimentos ao magistrado Marcelo Costenaro Cavali.

O depoimento de Silvio Santos fará parte da segunda fase da instrução processual do caso PanAmericano. Ao todo serão ouvidas mais de 100 testemunhas de defesa nos dias 23, 24, 28, 29, 30 e 31 de julho e nos dias 4, 5 e 6 de agosto. Entre os convocados também estão Márcio Percival, vice-presidente de finanças da Caixa Econômica Federal – sócia do PanAmericano no fim de 2009 – e Celso Antunes, ex-diretor do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e que assumiu o comando do banco depois da descoberta de um rombo de R$ 4,3 bilhões.

Antes disso serão tomados os depoimentos de 11 testemunhas de acusação em março; cinco no dia 19 e outras sete no dia 20. Antunes também faz parte dos convocados pela acusação.

Catorze ex-diretores e três ex-funcionários da instituição respondem ao processo, entre os quais o ex-presidente do conselho de administração do banco, Luiz Sebastião Sandoval, e o ex-diretor superintendente, Rafael Palladino.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça em agosto de 2012, entre abril de 2007 e novembro de 2010 – período a que a investigação foi restrita – Sandoval, Palladino, Wilson Roberto Aro, diretor financeiro, Adalberto Savioli, diretor de crédito, Antônio Carlos Quintas Carletto, diretor de cartões e outras 12 pessoas processadas teriam desviado e se apropriado de R$ 88.387.999,88, por meio da distribuição fraudulenta de “bônus”.

O pagamento do “extra” foi considerado ilegal pela investigação porque não era devidamente comunicado ao mercado, como prevê a legislação que regula o setor. “Mesmo os dirigentes que não autorizavam diretamente os pagamentos eram responsáveis por sua realização, pois, para que os pagamentos fossem realizados, tinham que colaborar apresentando documentos e recebendo os valores indevidos, como se fossem relativos a serviços que jamais foram efetivamente prestados”, relata a ação.

De acordo com o processo, foram registrados saques em espécie – praticados por Sandoval, Palladino, Aro, Bruno, Silva e Monteiro no valor de R$ 16.177.310,62.

Além dos crimes descritos no relatório final da Polícia Federal, concluído em fevereiro de 2012, a análise do MPF identificou outros indícios de irregularidades na gestão do PanAmericano, como o pagamento de propina a agentes públicos, doações feitas a partidos políticos com ocultação do real doador, remuneração a escritório de advocacia em valores aparentemente incompatíveis com os serviços prestados e fornecimento de informações ilegítimas ao Banco Central.

A ação narra que lançamentos manuais na contabilidade do PanAmericano teriam viabilizado fraude de R$ 1,6 bilhão nas carteiras cedidas a outros bancos e de R$ 1,7 bilhão nas liquidações antecipadas de contratos. O valor que deveria ser indevidamente contabilizado era previamente estabelecido em reuniões mensais, com a participação de vários dos denunciados.(Colaborou Carolina Mandl)

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.